quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Verdadeira Família

Há quem acredite que nossos valores familiares são corretos dentro de uma família bem estruturada portadora de Pai, Mãe e Filhos geridos dessa união matrimonial religiosa e cívica.
Porem meu conceito familiar vai alem, e também digo que não é meu, pois não criei nenhum conceito familiar, apenas me agreguei a um conceito que já existe muito antes deste nosso novo modelo familiar e que dentro de mim, senti que era totalmente superior a este nosso conceito de família contemporâneo, pois o mesmo nos reflete a um pensar coletivo.
Este conceito antigo de família vem lá dos tempos ‘tribais’, isto mesmo, tribo. Há quem diga que uma vida ‘primitiva’ é ruim, exaustiva, problemática, e etc... – mas já pensaram o quão nosso comodismo vem destruindo nosso habitat? E já se perguntaram por que não fazemos nada mesmo sabendo o mal que fazemos? Essas são algumas das perguntas que não convêm serem respondidas agora (não é nosso assunto no momento), mas que são de extrema falha do nosso atual sistema político, social e familiar; Valores Culturais Errôneos construídos a Milênios que NÃO Mudarão.
A família tribal, ao contrário da nossa atual família, não é constituída de Pai, Mãe, Filhos e Filhas unidos em um sagrado matrimônio regidos por alguma religião qualquer. A família tribal é constituída em cima de valores coletivos, é montada em cima de uma única família que cerca ‘gerações’ de parentes unidos no mesmo laço fraternal.
Criando assim uma sociedade unida e unificada, uma grande família. A família tribal diferente da nossa é extremamente auto-suficiente e divisora de tarefas, enquanto nossa família só Pai e Mãe trabalham, a família tribal os filhos tem por objetivo ajudar os mais velhos em tarefas simples que no futuro tornaram a fazer ‘profissionalmente’ (assim dizendo). Podemos relatar que até existe uma forte tendência Sexista dentro das tarefas, mas com base em fundamentos reais, pois o homem possui um corpo apropriado para atividades pesadas, portanto o mesmo fará elas, enquanto a mulher, excelente organizadora e administradora, fica com as tarefas residenciais, formando um verdadeiro conjunto de troca de favores - Homem = Corpo / Mulher = Cabeça (sei que esta posição pode ser muito criticada, mas sabemos que é verdade, que lar não possui a mulher como fonte de organização, opinião e tendência?).
E essa família tribal nós encontramos vivendo até nossos dias de hoje, nossos Índios brasileiros, por mais que corrompidos com a cultura do homem branco, vivem em suas tribos com esse conceito familiar coletivo. Até mesmo algumas comunidades Rastafari e Anarquistas vivem com este ponto de vista, uma comunidade coletiva com fins de empreender a idéia de que todos somos uma única família, Irmãos nascidos de berços diferentes, mas unidos por um único objetivo, que é viver a vida.
Também encontramos esse relato coletivista de família nas palavras bíblicas, as atuais religiões cristãs enfatizam que devemos assegurar nossas famílias e etc., mas esquecem de ensinar o verdadeiro sentido familiar bíblico, afinal, quando Jesus mandou nós odiarmos nossos Pais, Mães, Filhos e Filhas e até mesmo a Nós mesmos, ele nos remeteu a idéia de que não existe essa relação familiar nuclear, e sim família coletiva, pois como ele mesmo enfatizava, somos todos filhos de um Único Criador, nosso Pai Celestial; e como vivido e exposto no Pentateuco bíblico, deveria de se restaurar a Grande Família Patriarcal, a família coletiva.
Assim termino esse texto de forma maluca e sem nexo dizendo: - Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade! Afinal quem tem boa vontade corre atrás do bem mutuo, e esse já é um grande passo para a restauração da grande família. Conhecimento nunca é demais, ter consciência do nosso dever na Terra é o que poderá nos manter vivo.
- por Diogo Cristo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

OS CANÔNES DE NICÉIA: A OPNIÃO DOS 318...

Este relatório tem por objetivo mostrar os pontos principais dos Cânones do concílio de Nicéia no ano 325 d.C. – cabe ressaltar que estes “pontos” foram julgados pela minha pessoa, portanto, sujeito a erros.

Os cânones de Nicéia foram dogmas criados pelos cleros presentes neste concílio (total de 318 homens pertencentes ao poder eclesiástico), para definir a moral da igreja Católica Apostólica. Assim regendo uma lei rígida e exclusivista. Com muita rivalidade entre a própria igreja de estados diferentes e com um teor hipócrita ao extremo.

Temos nos cânones de Nicéia uma forte tendência à exclusão de culturas diferentes e até mesmo, de religiões cristãs não Católicas Romana. Como sabemos o império romano desde seu inicio sempre foi um estado rígido e que nunca pensou duas vezes antes de derramar sangue, não foi diferente quando instalado a igreja Católica Apostólica Romana (séc. III em diante), pois o numero de cristãos não católicos era enorme, principalmente de seitas cristã.

Esta tendência exclusivista é vista nos cânones I, II, VIII, XIII e XIX, onde os bispos apóiam a exclusão dos eunucos, pagãos, cátaros, moribundos e paulianistas, dando um gostinho de perdão apenas para aqueles que conseguirem mostrar que realmente estão arrependidos de sua escolha anterior e que a partir daquele instante em diante sejam um cristão segundo os preceitos da igreja Católica Apostólica Romana, e sempre sob vigia, pois um passo em falso basta para ser considerado herege e ser afastado da igreja, ou melhor, morto.

Também temos dentro do concílio de Nicéia, seguindo a tendência exclusivista, a soberania dos homens do poder, pois o povo (que é a razão da vinda de Cristo), caso fossem pecadores, já eram acusados de heresia, e sua morte era eminente, já os militares e a autoridade eclesiástica, caso “caíssem” em pecado, estes podiam ter a “MISERICÓRDIA” da igreja, e podiam se redimir perante ela, seguindo um pequeno castigo de alguns anos em meio ao povo nas missas (cânones XI, XII).


Ao que remete esta soberania dos homens do poder, não possuo uma explicação lógica no campo da teologia, mas no campo da sociologia, política e filosofia podemos tirar inúmeras respostas a estas atrocidades, exclusões e desigualdades sociais, e acredito que não cabe expô-las neste relatório, pois apenas a exposição “destas” basta à reflexão.

Há também algo muito intrigante dentro dos cânones que nos remete uma idéia integralista de estado, pois um homem do clero ordenado a uma igreja X não pode ordenar um outro alguém de uma igreja Y, nem mesmo o contrário, a ordenação é exclusiva da igreja de quem se ordenará e da metrópole, caso aconteça algo do tipo, o ordenador deve ser excomungado (cânon XVI).

O mais “bizarro” de todos os cânones registrados no concílio de Nicéia é o Cânon XVII, pois o mesmo diz bem claro “é proibido o lucro para qualquer um pertencente ao clero”. Para qualquer um que conhece a historia da igreja Católica Apostólica Romana sabe o quão poderosa em termos econômicos ela é, e dizer que o pobre do “servente” eclesiástico não pode tirar lucro porque é errado? Este cânon soa o mais hipócrita de todos, pois todos sabem dos tributos que a igreja fazia a população pagar na época, a salvação a partir da compra de bens, a salvação pelas indulgências, o lucro proibido era executado as escondidas, tanto pela igreja, como pelos eclesiásticos escondendo os tributos da mesma, depois tudo foi liberado mais tarde.

Esses foram, segundo o meu julgamento, os pontos principais dos cânones do concilio de Nicéia. Tentei mostrar ao máximo as controvérsias existentes no mesmo, e até mesmo as barbaridades causadas pelo poder eclesiástico, como a condenação de heresias a culturas diferentes, e até mesmo de seitas cristãs. Tudo pelo poder e soberania do Estado Romano.




Fontes: Cânones do concílio de Nicéia, traduzido e comentado por SCHAFF, Philip. (Acessado em 6 de dezembro de 2010:
http://www.e-cristianismo.com.br/historia/documentos/50-canones-do-concilio-de-niceia?lang=pt.)